segunda-feira, 7 de abril de 2014

MUSEU AFROBRASIL

Por Kimico Tamura



Parque Ibirapuera, o mais importante parque urbano da cidade de São Paulo, ao lado da maior e mais movimentada via expressa, a 23 de maio que liga o centro velho à zona sul, inaugurada em 21 de agosto de 1954, para as comemorações do quarto centenário da cidade, projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, com seu estilo vanguardista, construções grandiosamente modernas para abrigar inúmeros museus, auditórios, bienal, espaços recreativos. O parque é administrado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo. 

O parque conta com 10 portões de acesso com horários e atendimento diferenciados, consulte o site www.prefeitura.sp.gov.br/svma

Comecei o texto com a localização espacial, para poder situar exatamente onde se encontram os mais de 5.000 acervos de riquíssimas relíquias materiais e imateriais da formação gentílica de toda população brasileira, de norte a sul, leste a oeste, sem nenhuma exceção, em cada pedaço de terra da região brasileira, tivemos a presença dos negros da África.
Desprezados, ignorados, humilhados, segregados, diferenciados, subjulgados por terem nascidos simplesmente com a cor da pele negra, minoria, perante a maioria da população de pele branca, que se dizem politicamente corretos.

Enfrente ao portão 10 do Parque do Ibirapuera, está o edifício do MUSEU AFRO BRASILEIRO, iniciativa de Emanoel Araújo, artista plástico baiano, ex-curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e atual curador do museu, inaugurado em 23 de outubro de 2004, dos 5.000 acervos 2.163 veio da doação  do próprio Emanoel Araújo.

Com visita agendada pela nossa professora Elaine Gomes, do curso de Guia de Turismo, numa de suas competências: Patrimônio Histórico e Cultural, nos presentou com mais esse novo olhar dos velhos e conhecidos acontecimentos da nossa história brasileira, que nós, simples pessoas integrantes deste enorme país, vivemos o dia a dia orgulhosos de nós mesmos, achando que o mundo sempre gira ou girou somente no nosso umbigo, como nossas avós ou nossas mães diziam na nossa adolescência: depois de grande acha que nasceu sozinho...
E é isso mesmo, Olívia, a mediadora do museu, estudante de antropologia, nos mostrou através de uma foto da maquete do navio negreiro, a cruel realidade do alojamento e condições sub humanas que os negros viajaram por mais de 40 a 50 dias, absolutamente sem nenhuma comodidade, eles vinham todos sentados ou deitados no chão do navio, um ao lado do outro, sem espaço nem para se movimentar ou fazer as necessidades fisiológicas, como se fossem um carregamento de animais, para chegar em uma terra estranha, onde seriam " usados " como força tarefa, muitas vezes sem comida e chicoteados por seus "donos", talvez com tratamentos piores que um animal selvagem.
No museu encontramos engenhosas ferramentas, utensílios meticulosamente calculadas, peças e utensílios de uso cotidiano com grande funcionalidade, mobílias de madeira extremamente funcionais e belas, jóias luxuosas na época, vestuários com requinte de um estilista,  confeccionados pelos negros, principalmente após a lei áurea de 1888, quando os negros tiveram liberdade de expressar seus conhecimentos.
Não posso afirmar, pois não tenho conhecimento suficiente para tal, mas após a visita me levou a refletir, será o medo, a insegurança, o despeito quanto as habilidades dos negros que os brancos do planeta segregaram os negros,( fato real mundialmente) rechaçaram o progresso natural das pessoas que tiveram a benção de Deus de nascer com pele negra, que são naturalmente bronzeadas, que o branco tanto procura artificialmente? Numa ambiguidade, o branco não valoriza o negro, no entanto querem ficar com a pele escura artificialmente ou horas a fio debaixo do sol de rachar cheio de raios ultravioletas, ou será que os brancos na sua memória inconsciente carrega o sangue afro na sua árvore genealógica, e procuram artificialmente o seu mais íntimo pertencimento à etnia de origem.


O Museu Afro Brasil abriga as manifestações artísticas nas mais diversas linguagens

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