Por Helgrim Ferreira
Falar do eterno poeta dos jovens com mais de 35 anos, não é uma tarefa fácil. Cazuza ainda vive intensamente na memória daqueles que puderam conviver, ver, ouvir e acompanhar a trajetória deste ídolo nacional.
Eu nunca tinha tido contato com suas poesias e canções, até que em uma oportunidade nos dada pela professora Elaine, pude ver de perto o porque ele ainda é ídolo dessa juventude que não cansa de o ouvir.
Cazuza com suas canções conseguiu arrastar multidões em seus shows e em apresentações de programas de TV, conseguia alcançar picos extraordinários de audiência, esse por sua vez, era raro de acontecer até porque Cazuza nunca foi de se levar pela fama, uma de suas frases ele dizia: "Acho que sou a pessoa mais desorganizada que você pode
imaginar. Tudo me acontece de supetão, porque nunca sei como a coisa vai sair.
Agora, quando a inspiração vem, sou caxias mesmo, muito sistemático. Quando
sento à mesinha para trabalhar, faço mesmo. Se a idéia não pinta, puxo por ela
até acontecer. Só sou disciplinado para trabalhar. Pode ser até as quatros
horas da manhã. Mas se começo uma letra, ela tem que sair. Depois fico semanas
melhorando as imagens, as rimas".
Cazuza viveu intensamente a sua vida, nesta exposição podemos notar o quão sua vida era feito de baladas, bebidas, amigos, drogas e shows, muitos shows, talvez esta vida agitada pode ter levado o mesmo a ter tomado atitudes que surgiriam anos depois, precisamente entre 1988 e 1990.
Foto: Helgrim Ferreira |
Cazuza em um ato de coragem fez sua aparição pública em 1989 e assumiu ser portador do vírus HIV, sendo ele o primeiro artista brasileiro a assumir a doença publicamente, mesmo debilitado Cazuza não parou de compor sua canções, afinal, os fãs sempre o inspiravam a continuar com demonstrações de amor e carinho.
Já com a voz fraca Cazuza lançou seu último sucesso o álbum duplo "Burguesia" que seria seu
derradeiro registro discográfico em vida.
O trabalho
seguiu um conceito dual – num dos discos, de embalagem azul, prevalecia o
gênero rock - no outro, de capa amarela, MPB. Entre as suas últimas novidades,
com a voz nitidamente enfraquecida, Cazuza apresentou clássicos de outros
autores (como Antonio Maria, Caetano Veloso e Rita Lee) e duas músicas feitas
com novas parceiras, Rita Lee e Ângela Rô Rô. A canção-título, com uma letra
extensa atacando os valores da classe burguesa, chegou a ser tocada nas rádios,
mas o álbum não obteve sucesso comercial e foi recebido discretamente pela
crítica.
As lembranças deixadas por este ídolo nacional estão vivas eternamente nos "eternos" jovens e agora nos atuais jovens, e eu, me incluo nesta lista, conhecendo ao fundo a história deste poeta, pude perceber a importância dele para o cenário musical do Brasil, aonde criticas ao governo e a elite brasileira sempre esteve presente em suas canções e este caminho é seguido até hoje por outros artistas da atualidade.
Viva Cazuza, Viva eternamente.
Foto: Helgrim Ferreira |
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