Aprendi que não dá pra explicar o que o artista "quis dizer" com a obra, afinal, ele "já disse"!
Cazuza tinha a habilidade, a manha, a astúcia de compor e encher de letras uma música que em versos para canto nos encanta até hoje.
Sem preceitos ou preconceitos, foi através das composições que ele se comunicou com aqueles que queriam saber mais de suas experiências vividas, desejadas ou muitas vezes, apenas imaginadas.
Nessa biografia musical podemos acompanhar a sua metamorfose, sempre com muita autenticidade por vezes nos deu um tapa na cara, outras nos afagou. O incrível é que ambas as sensações podem ter feito você dançar e/ou cantar ao som de Agenor de Miranda Araújo Neto.
Cazuza gostava de provocar! Fez isso do seu jeito: com um mix de vaidade + humildade, respeito + arrogância, paixão + desapego, e sem medo de se expor, era uma pessoa que quanto mais interesses para compor tinha, mais interessante se tornava de ouvir.
Pra ele, nunca tava bom! Perfeccionista no processo de amadurecimento de suas músicas, se auto criticou o bastante para nos mostrar que além de ótimo letrista, queria que se profissionalizar como cantor para dar ao seu público um show feito com o mesmo prazer que tinha de escrever canções.
Assim como seu ídolo Renato Russo, o sucesso o consagrou de modo multifacetado, tudo isso graças as inspirações de escrever canções que podem servir de livros, filmes, peças, discursos, cartas... O cara conseguiu representar a geração da TRANSFORMAÇÃO!
foto: Samir Mendes de Melo